quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Gatos voltam à vida selvagem e ameaçam espécies nativas de Fernando de Noronha




Eles começaram a ser domesticados há cerca de 10 mil anos e hoje são os animais de estimação mais difundidos e populares do planeta. Estima-se que existam mais de 600 milhões de gatos vivendo nos ambientes dos humanos. Muita gente se pergunta, no entanto, como o felino atingiu esse status se não tem nenhuma utilidade prática para a sobrevivência das pessoas, pois não são usados para trabalho, nem fornecem leite, carne, lã ou ovos. Além disso, eles podem transmitir doenças, como a toxoplasmose, e causar desastres ecológicos, dizimando outras espécies quando soltos em ambientes frágeis, como ilhas. É o que está acontecendo em Fernando de Noronha, onde gatos domésticos voltaram a ser selvagens e estão colocando em risco a sobrevivência de aves e répteis. Atualmente, vivem em Fernando de Noronha mais de 1.300 gatos, para uma população humana de entre 4.500 e 6.000 habitantes - ninguém sabe ao certo. "Isso representa uma das maiores densidades de gatos já registradas em ambientes insulares em todo o mundo", diz a pesquisadora Tatiana Micheletti, do Instituto Brasileiro para Medicina da Conservação (Tríade), uma associação civil sem fins lucrativos, que trabalha para o controle de espécies exóticas na ilha. "A falta de cuidado por parte dos proprietários, associada ao instinto de autossuficiência, à alta capacidade reprodutiva, e à oferta de recursos, possibilita a esses animais caçarem espécies endêmicas e ameaçadas."

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Onças ganham parque nacional na caatinga



Bastou um rastro. A pegada de uma onça-pintada na região do Boqueirão da Onça, na Bahia, comprovou o que os biólogos ainda não sabiam: esta espécie, conhecida cientificamente como Panthera Onca (se escreve sem cedilha), também estava habitando aquela região. Foi o que faltava para que o pedido de criar uma área de proteção ganhasse ainda mais força – uma discussão que se arrastava havia pelo menos 14 anos. O argumento era forte: a onça-pintada está criticamente ameaçada de extinção na caatinga e preservar a área poderia surtir efeito nos esforços de proteger a espécie. Além disso, a região era habitada pela onça-parda (Puma concolor), também em perigo de extinção. Em abril de 2018, o pedido finalmente saiu do papel: foi criado o Parque Nacional do Boqueirão da Onça, com 347 mil hectares, e a Área de Proteção Ambiental (Apa), com 505 mil hectares – cada uma com regras específicas de uso do solo. O G1 esteve no Boqueirão da Onça para conhecer o parque e os problemas ambientais da área. As ameaças à conservação das espécies e o desafio de preservá-las são foco do especial "Desafio Natureza", que já falou sobre a arara-azul-de-lear, que chegou a ser considerada extinta e foi 'redescoberta' na caatinga há 40 anos. A onça-pintada e a arara-de-lear fazem parte das 1.173 espécies que vivem sob risco de extinção no Brasil. A caatinga abriga 182 desses animais – 46 são espécies endêmicas, ou seja, só existem neste lugar do mundo.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Maior felino das Américas, a onça-pintada está criticamente ameaçada de extinção na caatinga



A população do maior felino das Américas está caindo. A onça-pintada, um carnívoro que pode chegar a até 135 kg e 75 cm de altura, já é considerada oficialmente extinta nos Estados Unidos e está sob ameaça em outros países. No Brasil, a espécie é vulnerável, mas o status de avaliação muda conforme o bioma no qual ela vive. A situação é mais delicada na caatinga, onde o animal está criticamente ameaçado de extinção. As espécies ameaçadas são foco da segunda série "Desafio Natureza", que já abordou as ações feitas para preservar a arara-azul-de-lear no sertão da Bahia. A onça-pintada e a arara-de-lear fazem parte das 1.173 espécies que vivem sob risco de extinção no Brasil. A caatinga abriga 182 desses animais – 46 são espécies endêmicas, ou seja, só existem neste lugar do mundo. Para ajudar na preservação da onça-pintada na caatinga, o governo federal criou em abril de 2018 o Parque Nacional do Boqueirão da Onça, com 347 mil hectares, e a área de proteção ambiental (Apa), de 505 mil hectares. A presença deste tipo de felino no Boqueirão da Onça foi descoberta somente em 2006. Até então, acreditava-se que apenas a onça-parda (Puma concolor) vivia na região e que a pintada se restringia a outras áreas de caatinga. A comprovação da existência desta espécie naquele local específico fez com que o pedido de criação do parque nacional ganhasse mais força – uma discussão que já se arrastava há pelo menos 14 anos.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Bombeiros ‘resgatam’ leão da montanha do topo de árvore na Califórnia



Um "gato gigante" foi resgatado de uma árvore numa propriedade da Califórnia, nos Estados Unidos. O dono da residência chamou os bombeiros depois de notar a presença do animal enquanto cuidava no jardim. Quando chegaram ao local, os bombeiros perceberam que se tratava de um leão da montanha, ou puma, pendurado num galho a 15 metros de altura. A área foi cercada e o animal recebeu tranquilizantes para que fosse retirado da árvore com a ajuda de uma escada e arreios. Em seguida, o puma foi examinado por biólogos e solto na floresta. "É comum que pumas jovens saiam do habitat normal em busca de novos territórios", diz Kevin Brennan, biólogo do California Department of Fish and Wildlife. Rick Fischer, da mesma organização, diz que devolver o animal à vida selvagem com segurança teria sido difícil se os bombeiros não tivessem chegado com uma escada, logo após o chamado, na tarde de sábado (16). "Deixar o puma na árvore não teria sido seguro para a comunidade", disse Fischer. Os pumas, também conhecidos como leões da montanha, onças-pardas ou panteras, são membros da família de felinos selvagens. Eles vivem no continente americano - do Canadá à Argentina. Ataques de pumas a seres humanos são extremamente raros. Na América do Norte, por exemplo, menos de uma dúzia de fatalidades foram registradas em mais de 100 anos, conforme dados do Colorado Parks and Wildlife. No entanto, no início de fevereiro, um homem que praticava corrida numa trilha popular, nas montanhas do Colorado, matou um puma com as próprias mãos, depois que o animal saltou em cima dele por trás. O homem contou às autoridades que se virou no momento em que o animal estava saltando na sua direção. Ele foi mordido no rosto e no pulso. Na tentativa de se defender, sufocou o puma, que acabou morrendo. Segundo autoridades do Colorado Parks and Wildlife, que administra o parque onde o incidente ocorreu, o homem sofreu ferimentos sérios no rosto e no pulso, mas não corria risco de morrer.