sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Gatos podem ser tão inteligentes quanto cães, diz estudo


A crença de que cachorros são mais inteligentes do que gatos acaba de ser colocada em xeque por cientistas japoneses. Para esses especialistas, os bichanos podem ser tão espertos quanto o melhor amigo do homem. Os cientistas fizeram testes de memória com 49 gatos domésticos e concluíram que os felinos conseguem se lembrar de experiências agradáveis como, por exemplo, comer seu alimento favorito. Os cães têm esse tipo de memória - de um acontecimento específico - conhecida como episódica. O que os especialistas chamam de memória episódica é a memória de eventos autobiográficos, que podem ser lembrados conscientemente. Usando essa capacidade, uma pessoa pode, por exemplo, recordar uma viagem recente e reviver mentalmente eventos que ocorreram nela: ver os lugares por onde passou, escutar os sons, sentir os aromas e se lembrar das pessoas que conheceu. Geralmente o ser humano tenta, de forma consciente, reconstituir momentos do passado, como o primeiro dia em um novo emprego ou um casamento na família. Essas memórias estão ligadas à participação nos acontecimentos, por isso são únicas para cada pessoa. Cachorro é fotografado na Espanha em 17 de janeiro; gatos e cachorros têm memórias e respondem a gestos humanos (Foto: REUTERS/Jon Nazca) A psicóloga Saho Takagi, da Universidade de Kyoto, afirmou que os gatos testados usaram memórias de uma experiência única passada, assim como ocorre com os cachorros, o que significa que eles têm uma memória episódica similar à dos humanos. "A memória episódica é vista como relacionada à função introspectiva da mente. Nosso estudo indica que existe um tipo de consciência nos gatos", disse Takagi à BBC News. "Uma especulação interessante é a de que os felinos devem acionar as memórias da sua experiência, como acontece com os humanos." Os pesquisadores japoneses usaram quatro tigelas de comida para testar - num intervalo de 15 minutos - a capacidade de 49 gatos domésticos de se lembrarem daquela em que já haviam comido e quais não haviam sido tocadas. Com o experimento dos potes de comida, os cientistas descobriram que os gatos podiam lembrar "o que" haviam feito e "onde" tinham se alimentado, o que indicava que os animais tinham uma memória episódica. Os cientistas sugeriram ainda que os felinos podem se lembrar de fatos depois de um período maior do que os 15 minutos em que foram testados. Eles afirmam que os gatos empatam com os cachorros em vários testes mentais, como resposta a gestos humanos, expressões faciais e emoções. Segundo Saho Takagi, a pesquisa vai ter aplicações práticas. "Entendê-los mais profundamente ajudará a criar um relacionamento melhor entre gatos e humanos", acrescentou. "O gatos podem ser tão inteligentes como os cães, em oposição à visão corrente de que estes são mais espertos." Para a professora Laurie Santos, da Universidade de Yale, a experiência mostra de forma eficaz que os gatos se lembram de informações como onde haviam procurado alimento antes e também dos locais em que costumava haver comida. "Isso abre caminho para novos estudos que examinem qual a duração das lembranças e até que ponto eles também se lembram de episódios mais ricos da sua própria vida, como acontece com os seres humanos", acrescentou. As pesquisas mostram que os cachorros também parecem ter memórias relacionadas a tempo e lugar. A mesma equipe de cientistas japoneses já havia feito testes idênticos com cães - eles se lembravam das tigelas em que já tinham comido. No ano passado, pesquisadores da Hungria descobriram que os cães eram capazes de se lembrar de ações dos donos mesmo sem terem sido instruídos especificamente a fazê-lo. A pesquisa foi publicada na edição de janeiro da revista científica Behavioural Processes.

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Casal da Alemanha cuida de filhote de tigre rejeitado pela mãe




A tigresa Elsa, de 4 meses de idade, nasceu em um circo. O filhote de tigre-siberiano foi rejeitado pela mãe e agora vive junto com um casal de humanos na costa da Alemanha. Monica Farell e Saad Rose, que gerenciam um parque com 13 tigres e 5 leões na costa do Mar Báltico, estão cuidando de Elsa em sua própria casa. Ela recebe leite de gato em uma mamadeira, além de frango, carne e gema de ovo. Farell disse para a agência de notícias DPA que "é um trabalho de tempo integral, como cuidar de um bebê". Os cuidados incluem levar Elsa para passear na mata ou na praia. Elsa, que já tem unhas afiadas e institutos de uma lutadora, deve se mudar para um parque de tigres em março, onde terá como vizinha uma fêmea de tigre mais velha.

Guepardo pode ser extinto em breve, aponta estudo


Um novo estudo sobre o declínio da população de guepardos afirma que a espécie caminha para a extinção. Cientistas estimam que apenas 7,1 mil desses animais vivam soltos na natureza. O guepardo é o mamífero mais rápido do mundo e pode alcançar 112 km/h, mais do que o dobro do velocista jamaicano Usain Bolt, por exemplo. Os animais se alimentam espécies como gazelas e javalis. São também um dos carnívoros de maior alcance territorial no mundo, ou seja, percorrem enormes áreas. Como se deslocam por grandes distâncias, costumam ultrapassar os limites de áreas protegidas, como parques e reservas, e estão cada vez mais sob risco da ação de fazendeiros que atuam em regiões em que o guepardo caça. Outro grande problema é que filhotes estão sendo retirados da natureza para serem vendidos ilegalmente como animais de estimação. Segundo o Fundo para Conservação do Guepardo (Cheetah Conservation Fund), cerca de 1,2 mil filhotes foram retirados da África nos últimos dez anos. No passado, guepardos eram encontrados ao longo da África e da Ásia, numa faixa que se estendia do sul da África à Índia. Estima-se agora, contudo, que existam apenas 50 deles na Ásia, segundo uma investigação da Sociedade Zoológica de Londres e do Fundo para Conservação da Vida Selvagem. Os autores da pesquisa defendem que o guepardo seja reclassificado como espécie ameaçada e reivindicam ações urgentes para a conservação do animal.