A segunda-feira, dia 6 de agosto, foi um dia de agitação e alegria para os pesquisadores que trabalham no Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná. Nesse dia, a onça-pintada Atiaia (raio de luz, em tupi-guarani) foi avistada com três filhotes. O nascimento das oncinhas é uma esperança para a sobrevivência da espécie na Mata Atlântica, bioma em que está criticamente ameaçada de extinção.
"Numa população de 22 onças no Parque Nacional do Iguaçu, o nascimento de três filhotes é extremamente importante. Em toda a Mata Atlântica, existem apenas cerca de 300 desses felinos. Por isso, a região do parque é chave para conservação da espécie", afirma a bióloga Yara de Melo Barros, coordenadora executiva do Projeto Onças do Iguaçu, que protege a espécie no Parque Nacional do Iguaçu.
Na manhã de segunda-feira, Atiaia e seus filhotes, que têm cerca de dois meses, foram vistos em um trecho da pista asfaltada que cruza o parque. A mãe e duas oncinhas atravessaram a pista, enquanto o terceiro filhote voltou para a mata. No fim da tarde, o filhotinho que havia se separado da mãe foi resgatado pela equipe do projeto e reunido à família.
Foi a primeira vez que a prole foi vista pelos pesquisadores. Antes do encontro, pensava-se que Atiaia tinha dado à luz apenas um filhote.
Estão sendo feito esforços para evitar que os filhotes ou a mãe sejam atropelados na pista do Parque Nacional do Iguaçu - uma área turística. Para isso, o local está sendo sinalizado com placas que informam sobre os filhotes e com cones nos locais onde os animais são avistados com mais frequência. Além disso, os carros que circulam no parque recebem um GPS que monitora a velocidade.
As oncinhas são uma demonstração do sucesso do Projeto Onças do Iguaçu. Desde o início dos esforços de conservação do felino no parque, em 1990, esta é a primeira vez que é registrado o nascimento de três filhotes. O número de onças-pintadas no parque está crescendo - dobrou entre 2009 e 2016.
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