sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Chartreux - 03





Chartreux - 02





Chartreux - 01





O gato Chartreux, conhecido pelo seu sorriso enternecedor, é um gato silencioso e discreto, menos falador que a maioria dos felinos, mas muito ronronante, sendo que raras vezes se ouve miar. Aliás, quando o faz e se espera um miar forte, apenas se ouve um som minúsculo e delicado. Bastante calmo e extremamente tolerante, é muitissímo dedicado e apegado à sua família, demonstrando um enorme carinho e simpatia. É também sociável, simpático e adapta-se rapidamente às mudanças. É um gato que necessita de muito espaço para se exercitar, pois adora correr pela casa sempre na brincadeira com o seu dono ou com um simples brinquedo. Para ele, um pouco de exercício frenético a um ritmo alucinante, pelo menos uma vez por dia é mais do que suficiente para se sentir o gato mais feliz e alegre do mundo. Adora naturalmente, chamar a atenção e ser acariciado mas não gosta de se sentir preso. O seu pêlo curto, fofo e lanudo é muito macio. A cor é cinza-azulada e pode variar entre cinzento mais claro ou mais escuro, sendo que deve ser uniforme desde a raiz. O brilho do pêlo é percebido através das pontas prateadas, mas não deve apanhar muito sol, pois pode ficar com reflexos acastanhados, o que não é aconselhável. Com um corpo forte, robusto e porém musculoso, o Chartreux é um gato extraordinário. A história da raça Chartreux mais parece uma lenda. Reza a lenda, que os seus antepassados chegaram a França por mar, vindos provavelmente da antiga Síria e Irã e, trazidos pelos cavaleiros que regressavam das Cruzadas. Diz a história que o Chartreux viveu e recebeu este nome dos monges Cartuxos da França e talvez tenha compartilhado com eles o famoso licor de Chartreuse. Porém, uma recente pesquisa indica que por causa da aparência de lã da sua pelagem, ele recebeu o mesmo nome de uma lã espanhola muito conhecida no princípio do século XVIII. A presença desta raça já era documentada desde o século XVI e era reconhecida pela sua textura e cor do pêlo sem igual. Contudo, o seu percurso até aos dias de hoje não foi fácil, uma vez que esteve quase em extinção, pois durante os séculos XVIII e XIX a sua pelagem e carne foram comercializados, pois o seu manto lanudo e fofo era muito apreciado. Costumava ser criado por causa de seu incomparável pêlo aveludado, o que o fazia alcançar um preço elevado. No entanto, na década de 1920, a raça diminuiu numericamente, mas felizmente sobreviveu graças aos esforços de duas freiras atraídas pelos gatos cinzas-azulados que vagueavam pelos terrenos do hospital Belle-Ile-sur-Mer. Cristine e Suzanne iniciaram, então, a reprodução selectiva da raça adoptando um casal de chartreux que vivia na ilha, Marquise e Coquito. Estes gatos formaram o núcleo do seu programa de criação e uma das gatinhas da primeira ninhada, Mignonne de Guerveur foi a primeira gata chartreux a obter o título de Campeã Internacional. Foi considerada "a gata mais estética da exposição do Cat Club de Paris" em 1931 e os seus descendentes foram Campeões ou Campeões Internacionais. Em 1939 foi reconhecido o primeiro standard da raça de Chartreux e o famoso gato azul de França passou a ser mais conhecido e representado na Europa ocidental. No decorrer da 2ª Guerra Mundial, alguns criadores tentaram salvar a raça da extinção, acabando por fazer cruzamentos de gatos azuis com ou sem pedigree, e especialmente British Blue e Persas, para refinaram a tradicional raça francesa. A Fife (Federação Internacional Felina) em 1970, agrupou o Chartreux e o British Blue no mesmo standard, e finalmente depois da contestação de pessoas com paixão pela raça Chartreux, que provaram as diferenças estruturais e morfológicas entre as duas raças. Jean Simonnet (presidente do Club du Chat des Chartreux), apurou a raça e publicou em 1972 um livro intitulado " Étude sur le chat des Chartreux", sendo que em 1977 o standard do gato Chartreux foi actualizado pela Fife. O Chartreux é um gato de pêlo curto e grosso, que requer pouca manutenção, mas é necessária alguma atenção para que a sua apresentação seja exemplar, pelo que: deve escovar-se pelo menos uma vez por semana, o que para além retirar os pêlos mortos, contribui ainda para uma uniformização da cor do manto do seu gato e evita a formação de bolas de pêlo no estômago. As suas orelhas requerem especial atenção, pois têm uma segregação auricular maior do que a maioria dos gatos. É aconselhável que as orelhas sejam limpas uma vez por semana, primeiro com lenços úmidos e depois com um cotonete. A alimentação varia de acordo com as fases de vida de um gato. Quando este é jovem, necessita de um suplemento proteico encontrado em rações de boa qualidade para gatinhos. O gato Chartreux tem um desenvolvimento diferente dos outros gatos e apenas atinge a maturidade perto dos quatro anos de idade, pelo que este tipo de alimentação deve ser administrada até mais tarde. Se o gato for castrado, tiver pouca atividade ou uma idade já avançada, deve-se dar um alimento menos rico, de forma a não ficar obeso. Têm tendência para gengivites, daí a necessidade de ingerirem alimentos secos. Em alguns Chartreux os dentes incisivos de leite não caem, portanto, logo que nascerem os definitivos é preciso arrancá-los. Instintivamente procura o tabuleiro para as suas necessidades, preferencialmente, utilize uma areia aglomerante, que facilita a limpeza e torna possível ter uma casa de banho asseada e sempre fresca. É um gato robusto e saudável. Todos os tons de azul são permitidos, desde o azul-acinzentado claro ao azul-acinzentado escuro; pontas ligeiramente pintadas de prata. Ênfase na uniformidade da cor. O tom preferido é um azul imaculado com um reflexo geral. A pele do nariz é azul acinzentado escuro; lábios azuis; as almofadinhas dos pés são rosa acizentado. As listas fantasmas são permitidas nos gatinhos bebés assim como as riscas na cauda dos jovens com menos de dois anos.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Onça salva de caçador ganha nome de formiga e vira mascote em Manaus



A onça que ficou famosa após o vídeo em que toma banho em uma área próxima à praia da Ponta Negra ser divulgado nas redes sociais nem sempre teve uma vida calma e feliz. Segundo o major Basto, do Exército, o animal foi resgatado quando estava em posse de um caçador no município de Tefé, a 520 quilômetros de Manaus, Na época, ele tinha 4 meses de vida e apresentava sinais de maus-tratos. A infância difícil teve efeito no comportamento do animal, agora mascote do Comando Militar da Amazônia (CMA). O seu temperamento "arisco" lhe fez ganhar o nome de Jiquitaia, em menção à formiga de mesmo nome. Aos 10 meses, a onça pesa 32 kg e está com um terço do peso e tamanho que terá na fase adulta. O animal vive nas dependências do CMA, no bairro Ponta Negra, Zona Oeste de Manaus. A jaula em que Jiquitaia vive mede 20x8 metros e foi projetada para dar conforto a ele. Segundo o major, foi preciso adotar medidas para conseguir levar o animal para o CMA. "Nós pedimos autorização do Ipaam [Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas], construímos um recinto para ele, o Ipaam veio fiscalizar para ver se estava dentro das normas. Como ele estava debilitado, precisou ficar 40 dias no Cigs [Centro de Instrução de Guerra na Selva] recebendo tratamento para se recuperar. Nos cadastramos como mantenedores da fauna, então o CMA é uma das instituições jurídicas do Brasil que tem essa autorização para adotar onças que foram resgatadas", explica. A bióloga do Cigs e 2ª tenente do Exército, Sinandra Santos, teve o contato com Jiquitaia logo que o animal foi resgatado. De acordo com a profissional, ele precisou passar por avaliação clínica, exame de sangue e fezes. "Ela estava desidratada, então foi tratada e depois da quarentena veio para cá. O Cigs assessorou o CMA porque nós temos uma equipe formada por bióloga e veterinários, então a gente fez todo o planejamento de cuidado desse animal. Planejamos quando ele come, o que ele come, a questão de limpeza do recinto, o corte de unhas, exames periódicos, odontológicos", enfatiza. Na avaliação da bióloga, hoje o animal está bem melhor em comparação há seis meses. "Ele tem um tratado, uma equipe que cuida dele. Quem alimenta é que tem a relação mais íntima. É como o cachorro, que o dono alimenta e, quando o dono chega, ele já abana o rabo, fica feliz. O felino também tem isso, só que reage de maneira diferente do cachorro. O felino, quando tem carinho pela pessoa, quer passar por entre as pernas, quer brincar, fazer carinho, e é essa a relação que essa onça tem aqui", afirma. Tratador de Jiquitaia, o sargento Klebson conta que o nome da onça foi inspirado em uma formiga comum na região amazônica. "Quando ele chegou, era pequenininho, mas tinha uma mordida ardida. O general disse que parecia uma mordida de jiquitaia, aí começamos a chamá-lo assim e o nome ficou", disse. Segundo o tratador, Jiquitaia era arisco e arredio. Para conseguir adestrá-lo, foi preciso fazer algumas atividades com ele. Após um mês no CMA, ele começou a se mostrar mais tranquilo. "Quando está do lado de fora da jaula, ele corre pela mata, sobe em árvore... Ele tem todo esse espaço para brincar. Ele tem a piscina dentro da jaula, mas adora brincar de bola no rio. O banho serve para ele ficar mais calmo", relata o sargento. Os militares suspeitam que os pais de Jiquitaia foram mortos para que ele fosse capturado. Não há informações sobre o caçador que o mantinha em cativeiro. Para as brincadeiras, a onça tem a companhia dos soldados Adriano Rodrigues, Marco Souza e Rodrigo Carvalho, responsáveis também pela alimentação da onça, que come cerca de 2 kg de ração para gatos por dia, além dos cuidados com a jaula de Jiquitaia. O animal - que se tornou mascote do CMA - será usado também em desfiles militares.